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  • Bruna Vinsky

Escrever é a minha história sem fim...



Não é segredo que tive uma EQM (Experiência de Quase Morte) que me fez mudar completamente a minha vida, no começo de 2014. Um detalhe curioso desse episódio transformador, que só quem já escutou esse causo inteiro sabe — e são poucas essas pessoas com quem dividi o relato na integra —, é sobre o primeiro pensamento que tive, quando recobrei a consciência no hospital.


A primeiríssima preocupação que me veio, foi a de jamais poder escrever novamente, já que eu não conseguia mexer nada além dos olhos, naquele momento. Depois pensei em minha mãe, em outras pessoas, em como seria a vida daquele momento em diante, numa condição tão dependente e delicada, mas primeiro pensei sobre a impossibilidade de jamais poder escrever qualquer coisa. Um poema, uma crônica, uma reflexão e até um textão nas sessões de comentários das redes. Risos.


Sempre escrevi, sempre. Esse era o meu refúgio, na infância, a leitura e a escrita. Pela leitura eu viajava, mas só pela escrita eu era realmente livre. Minha professora de alfabetização, a grande educadora maranhense Nazira Reis Cutrim, depois de um mês de aulas disse "ela aprendeu a ler e escrever em 29 dias, menos de um mês!", deixando transparecer contentamento sob sua expressão firme.


Naquela época, ainda sob os moldes de outrora, em que a palmatória ainda era aceitável como recurso disciplinar, ela dizia em tom de orgulho que nem uma vez precisou usar tal instrumento comigo. Ver aquela mulher, tão respeitada e admirada por todos, relatando à minha mãe que eu era muito interessada e dedicada, com certeza me estimulou à leitura e, consequentemente, à escrita.


Profa. Nazira Reis Cutrim, como membro da Academia Zedoquense de Letras. Grata por tê-la em minha história, mestra!

Foi escrevendo poesias, desde a pré-adolescência, que eu aprendi a analisar minhas emoções, a compreender, organizar e transbordar meus sentimentos. Gostar de escrever me trouxe e fortaleceu amizades. Pela poesia conheci o grandioso e querido João do Corujão, educador, grande defensor e promotor da leitura, organizador dos saraus mais maravilhosos do Rio de Janeiro, onde era frequente a presença de figuras emblemáticas como o icônico Jorge Ben Jor, além de tantos outros artistas nacionais, amantes da palavra escrita e declamada.


Escrever me trouxe aqui, a este site-blog que nasce por meio desta escrivinhação simplória, porém repleta de memórias preciosas e afetos inestimáveis. Se não fosse por esta profunda afinidade pela escrita, não teria elaborado e classificado o projeto "Estudo Sobre Preparação de Atores", que realizo neste momento com o apoio do Fundo de arte e Cultura de Goiás, do qual a criação deste espaço virtual faz parte.


Muito em breve lançarei aqui os textos deste projeto, escritos sob muita dedicação e amor, sobre o importante trabalho de preparação de atores, que é, assim como a escrita, uma de minhas paixões artísticas e um dos principais (senão o principal) temas que abordarei por aqui. Às vezes a escrita me vem mais formal, às vezes totalmente descontraída, dessa vez me veio assim, meio a meio... metade peito transbordando de satisfação pela oportunidade alcançada, metade orgulho pela jornada e tudo de gratidão pelas mestras e mestres que me incentivaram e inspiraram até aqui.



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Bruna Vinsky

Produtora, formada em teatro, bacharelando em cinema e pesquisadora no campo da preparação

de elenco.

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